Hoje, fiz-me pássaro e viajei por entre as tuas palavras…
Dos meus olhos, duas lágrimas de prata caíram
que depressa se fizeram rio,
desaguando no mar da minha ansiedade.
Olho-me no espelho e desconheço-me.
Apenas vejo a sombra discreta do que um dia fui.
Do lado de lá do tempo,
ecoa a eternidade
e eu, pássaro já ferido, moribundo de ti,
mergulho nos teus olhos enquanto o tempo se desfaz na minha boca.
Afinal…
afinal, não sou pássaro, nem tempo
sou apenas o que resta de mim, em ti.
Hoje, fiz-me pássaro e morri no desenho da tua alma.
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