Em ti, a vida... Francisco Valverde Arsénio
Abre-se a porta
para lá dos vislumbres do Éden.
Um quimérico intangível
oferece-me a noite
onde eu renasci tantas vezes.
Na embriaguez das madrugadas
trago-te em mim
na metafísica dos sentidos,
morres nos meus braços
e eu vivo no teu corpo.
Solta-se o tempo
no ecoar da alma,
onde a tua silhueta
por despir
se ilumina
nas velas da incerteza.
Rodopias o vestido branco
abandonado à nostalgia
e enxugas as dores.
Os seios arfam
ao sabor do vento
como a flor do algodão.
Preencho o teu vazio
com a minha carne,
sorves-me num beijo
na embriaguez do compasso
e há um anjo debruçado na tua janela.
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