Leva-me
para esse lugar íntimo
onde o mar cresce encapelado,
onde há risos dentro dos livros,
onde os poetas possam escutar o meu olhar.
Leva-me
pela vereda,
pelo meio do trigo,
pelo palpitar
dos meus olhos lacrimosos.
Leva-me
para junto dos lírios
e das estevas iluminadas,
para as protuberâncias dos corais,
para a inquietude do teu corpo.
Esculpe-me o desejo
no mármore do trinar dos pássaros
onde nas margens dos rios cantam sereias…
borda o meu nome numa folha nervurada
e na semente do tempo.
Leva-me
e decifra o código do sol que me ilumina o rosto.
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