INSONE... Francisco Valverde Arsénio












É na saliva macerada
que se refugiam as rosas
e os girassóis,
os poros sopram
e a pele é o palco dos sentidos.

Ouvem-se sopranos
no teu nome dissílabo
e num bule fervem volúpias refulgentes.

Gritam-se olhares,
silêncios
e ruas desertas,
esculpem-se escadarias
rumo ao azul do céu.

Há um tempo em nós perpetuamente vago.

E eu aqui vigio-te
num vigor selvático
como se fosse
um barco navegando à bolina.

A noite adormece nas estrelas
e as rãs coaxam nos lagos pantanosos.

E eu aqui vigio-te
como se fosse um peixe-voador,
ouço as horas bater
no azul das brancas nuvens
e há um cavalo híbrido
que percorre a planície pejada de juncos.

E eu aqui vigio-te
nas horas urgentes,
na falta dos teus olhos,
no altar das vagas ondas.

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