Madrugada...
Ferve. O dia passou.
Hora da tinta do vinho
Do sexo, do chá de hortelã.
A noite liberta desejos
Guarda falsos amores
Redime os pecadores.
Madrugada.
Dou asas a santa. A danada
Madrugada. Deixa o mundo girar.
Amanhece. O banho tira o ranço
Os odores. Seqüestra a libido. Todas as cores.
Madrugada
De novo a pura, a safada
Libertina. Nas esquinas. Nas estradas
Espalho-as. Às gargalhadas.
De manhã me componho.
Por baixo. Madrugada
Beata. Depravada.
Luz / Escuridão.
Têm o benefício do chá com torradas
Do boteco, um lamento e um samba-canção.
Ninguém sabe quem sou!
Ninguém sabe onde vou!
A casa parada.
Livre! Madrugada.
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