Nu contra nu... Francisco Valverde Arsénio














És o corpo onde me banho,
coração que pulsa e inunda as veias
em jorros de sangue quente.

És suor que escorre
da minha pele e a tua absorve,
és ar que flui
e desagua em mim.

Os teus lábios roçam os meus,
as línguas sôfregas
bebem
e misturam os nossos fluidos,
és vinho que saboreio
e me incendeia as fantasias
num momento
em que o nosso pensamento
escoa
e verte sem parar.

És o desatino que solto
quando o meu corpo,
na dormência dos sentidos,
ordena às mãos
que seja consumado o desejo.

És pele,
és prazer,
és mar quente onde mergulho.

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