Jura... Ana Fonseca da Luz


Que alvorada é essa que os meus olhos contemplam,
Na placidez inquietante dos teus murmúrios?
E essa rosa, quem ta deu?
Quem te perfumou a boca de alecrim,
Ta pintou de rubra tinta cintilante
E fez desse teu ventre, casa aconchegante de regresso?
Se tu me disseres que é por mim que cantas
E que é por mim que ensaias esse sorriso de ave apressada,
Eu vou acreditar em ti…
Mesmo que seja mentira…
Mesmo que os teus olhos denunciem pena, deste amor tão transcendente
Que todos os dias me fragiliza mais um pouco.

Não te rias de mim…
Ninguém te amará, nunca, como eu te amo.
Ninguém te quererá, nunca, como eu te quero.
Nem mesmo quando a Primavera,
Que já se anuncia nas flores, que vejo nos teus olhos,
Não quiser regressar, triste por mim.
Anda…
Aninha-te aqui,
Rente ao meu peito,
Às minhas mágoas,
E deixa-te ser eternamente minha,
Como eterna é essa tua graça
Esta minha ânsia de te querer
Essa força tamanha que faz de ti
mulher…

Jura, jura que não troças de mim. quando leres este pedaço de mim
Que nas tuas mãos entrego,
Para sempre…

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