A vã pergunta... Francisco Valverde Arsénio
Quem sabe
que apenas logra caminho
a crédula e ingénua ausência,
quem sabe
que os afagos são breves
porque breve é a passagem
e escasso o tempo,
quem sabe
da solidão que se abate
sobre a casa
e sobre os ombros de quem ama,
quem sabe
do amor que nasce
dentro ou fora das paredes
ou do mar que salta
nas ondas do vento.
Quem sabe
como os meus dedos ficam
na ausência dos teus seios
ou da luz que irradias
nas noites de lua nova.
Quem sabe…
Ninguém sabe.
Quem sabe
a falta que me faz a tua boca
onde me perdia nos beijos.
Quem sabe…
Ninguém sabe…
por que me tenho perdido de ti,
porque as nuvens me transportam
num mar transparente
ou porque as gaivotas
desenham gritos na areia.
Quem sabe
porque a cotovia canta no olival
e as cigarras se recusam a dormir,
quem sabe
porque o vento assobia
quando passas na rua deserta
e o calor invade
o acastanhado dos teus olhos.
Quem sabe…
Ninguém sabe!
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