Cavaleiro errante... Francisco Valverde Arsénio
Eu sei
que não
tenho os olhos
da
cor
do mar
nem das verdes
colinas da primavera.
Há em mim um corpo
de mil cansaços
e na pele
uma fuligem trazida pelos dias.
Tenho no peito
um recôndito espaço
onde guardo borboletas,
versos confessos
e um discurso indómito
como a minha força.
Sinto o espraiar cíclico
das ondas alucinadas no meu corpo,
piso caminhos vazios
e sei que a alvorada
já despertou há muito tempo.
Mas sou cantante,
e canto-te, amada Dulcineia,
e rasgarei as velas de mil moinhos
com a ponta da minha espada cinzelada.
Canto-te nos escombros do vento
enquanto insanos os nossos corpos se amam.
© Francisco Valverde Arsénio
08/V/2012
(Pintura de Candido Portinari)
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