PERCURSO














Visitas-me o corpo com a harmonia de uma harpa dedilhada,
com a elegância de uma coreografia grega, com a delicadeza
de uma peça de limoges, com a transparência da água mais
límpida, com a perícia de quem esculpe o mármore, com o
ímpeto de um vento contrário, com a ansiedade de uma sombra
no deserto, com o ardor do sol do meio-dia, com a cumplicidade
de quem percorre caminhos contíguos, com o despudor de quem
desvenda segredos, com a rebeldia de quem constrói desassossegos...
E eu, porque te gosto, e porque te gosto em mim,
recebo-te e aceito-te. Mas se eu te convidar a que me visites
os pensamentos, as mágoas, as lágrimas doridas, as confissões
que não ouso e as minhas utopias... aceitas?

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