Os olhares cruzaram-se e
já os corpos estão humedecidos
pelo orvalho da manhã...
... Manhãs de renovar,
de desabrochar ,
de nascer e
alvorecer
a esperança num
mundo
em destemperança.....
Crise de valores,
corpos que dançam
em jeito de clamores...
Esfumar de ideias -feitas,
vividas em dias solarengos....
E não é de mostrengos,nem de dor
mas de fulgor,
e de mensagens
em listagens,
ditas como aforismos
em romagens...
arquétipos do ancestral....
mitos dum mundo racional..
Queremos a saudade do futuro
num oásis de girassóis,
com muitos sóis,
e um governo de estética desigual,
e disto não há sinal....
Somos escravos do tédio ,
que remédio!....
neste quotidiano tolerante
que misteriosamente
se torna reconfortante...
Mas a vida é alegre,vivida ,
para os passantes....
Sou mar,luar,Amor/ódio
e emociono-me com estes momentos de
ócio.....
Estou a guardar teu corpo sensual e
teu peito esbelto e
no meio dum café
valorizo nestas falas
o emocional.....
A felicidade é arte moral
de desencantar verdade
das trevas deste
laço plural...
E é com as flores,os animais,o desejo,
o vento animado
o luar e
assim com bravura
vemos o tempo
passar...
Aqui....sou o eu de mim em ti...
Agostinho Borges de Carvalho
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