As notas da madrugada















As notas enfeitam a madrugada
que vem já nascendo
as lágrimas enfeitam a dor
que já vem doendo
o vento baloiça nas árvores
que vão já gemendo
o sol beija as flores
que vão já se abrindo
e eu toco este violino
que vai já cuspindo
toda a saudade que sente

e eu dedilho este violino
que vai já bramindo
num tom compassado
a solidão que se vai passeando
cá deste lado
os passos que vão seguindo
descontinuados
aos tropeções
as mágoas que vão se soltando
que nem balões
que se agitam no céu

As horas que vão morrendo no tempo
enquanto eu me vou acabando
e desfalecendo nesta melodia sem sentido

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