CHUVA... Fátima Guimarães










Enquanto a chuva fustiga as vidraças
os trovões ribombam
uma doce melodia
tocada a quatro mãos
numa ternura harmoniosa
aquece e enche o quarto
de luz e de paixão

as pernas enlaçam-se
os lábios húmidos unem-se
a leveza dos dedos arrepia
a pele

o rosto esconde-se por entre as coxas

em delícia

fecham-se os olhos
as mãos cravam-se no lençol
o cosmos acende-se

um suspiro
um gemido
...

e a chuva caindo lá fora
fustigando as vidraças

agora embaciadas.

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