NEM QUE FOSSE O ARCO ÍRIS















Que importa a cor do teu vestido
se passaste por mim
como a água sobre as pedras.

Inquieta-me a fragilidade das folhas
quando o verão se ausenta
e o escampado existente entre os dedos
se não me apertas a mão.

Que importa a cor do teu vestido
se o vento adornou
o deserto de jasmim.

Inquieta-me o cântico do vento,
os tempos verbais,
o toque dos sinos a rebate
e a fragilidade das asas dos insectos.

Que importa a cor do teu vestido
se a chuva roubou a água aos meus olhos
e os meus braços se quedaram entristecidos.

Inquieta-me o baloiçar do mar
a sede do universo pelas minhas noites
e o madrigal das silvas que vestem os montes.

Que importa a cor do teu vestido
se por dentro de mim não há luas
e o horizonte é apenas
um ponto desenhado com o teu nome.

Que importa a cor do teu vestido,
branco,
amarelo,
negro…
se os meus olhos só te vêem a ti.

Que importa a minha inquietude.

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