Mea Culpa - Ana Fonseca da Luz

Que peso é este que me faz arrastar os pés quando ando? Que me aperta o coração quando respiro? E que me amordaça, proibindo-me de dizer o que quero? Que caminho é este que percorro de olhos vendados? Que constantemente me derruba, Deitando-me ao chão? E que me deixa nesta solidão tão grande que se torna quase visível, Palpável? Onde está a escada para o céu? A balada que nos faz fechar os olhos e sonhar? A rosa vermelha que nos perfuma a vida? E Deus, onde está? Quando os meninos morrem de fome? As mulheres são espancadas? Os justos pagam pelos pecadores? Os ventos e os mares se levantam e colhem vidas? E o sol nasce e não é para todos? E esta febre que me consome? De onde vem? E esta dor que eu nãovvejo? Quem ma deu? E esta ferida que não fecha? Quem ma sangrou? Este poema, não é um poema qualquer, Nem sequer é um poema… É a minha expiação. Este poema, é o grito que me sufoca. É a faca que me esventra. É a catarse profunda. A bebedeira dos sentidos. O pecado original, que Eva e Adão não cometeram. Perdoa-me! Por não te saber explicar melhor a vida. Perdoa-me por teres lido este poema E não o teres percebido. Perdoa-me por te amar assim Desta maneira acutilante… Mea culpa…

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