A Taça... Fátima Guimarães


Começaram por partilhar um morango.
As bocas uniram-se, trocaram-se pedaços e salivas.
Seguiu-se um outro morango, embebido em chocolate fundido, que fez deslizar no corpo dele, desde o pescoço até ao baixo ventre.
A sua boca imparável, percorria agora a estreita linha, sorvendo cada pedacinho, deliciada.
Seguiu-se mais um e outro morango, percorrendo alternadamente os corpos já sedentos e ruborescidos.
Ele toma na sua mão uma taça de champanhe e, depois de um gole, verte o restante sobre ela, desde o peito até ao vértice.
E bebe, gota a gota, dos seus seios, do seu ventre até à taça final onde o champanhe já se confundia com outro nectar.
Entre risos, gemidos e lambuzadelas, iam-se tocando e reinventando o seu amor de décadas.
Mãos, dedos, lábios, pernas, corpos unem-se e fundem-se e, enquanto se transformam num só, brotam-lhes lágrimas de prazer.
Já exaustos, ele enlaça-a, beija-a com ternura e sussurra-lhe, "cheiras tão bem!".

" A quê, meu amor?" pergunta ela.

" A ti."

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