BASTA... Francisco Valverde Arsénio










Um dia
vou arrancar do peito
todos os malmequeres e giestas;
expurgar do céu
os pássaros errantes
e o endereço do vento;
vou proibir as vénias,
beija-mão do paradigma,
e abrir as avenidas do amanhã;
vou ser gota
na paisagem das madrugadas
o grito incompleto do silêncio,
o sulco das águas
e tomarei a forma duma vaga.

Basta!

Um dia
vou deixar o anonimato,
abraçar as filosofias,
ser o sentido dos cinco sentidos
e alcançar a alquimia dos poetas.

Um dia
vou proibir que me chamem nada.


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