Coração... Ana Fonseca










Há um coração que sangra
Que goteja
No azul
Da incandescente chama
Há uma dor que lancina
Que marmoreia as entranhas
Que cristaliza no cume
Onde o verde
Secou
Onde o negro
Alastrou

Há um peito que se abre
Se lapida no embate
Se estilhaça
Se renova
Jamais o mesmo
No estilete da espada
No gume da arte

Há um grito mudo
Que explode em vida
um Amor sentido
A saciar liberdade
Um canto esquecido
Um Orfeu de saudade

Há um sentir vivo
Uma semente que emerge
um coração carbonizado
que se agita ao vento
e é pétala renascida
na flor ébria
no instante
na vida!

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