Quando os dias me falam... Francisco Valverde Arsénio


Há dias assim,
frescos e quentes,
cheios de odores a infância,
onde o silêncio
enche o lugar das sombras
e a alma se rodeia de histórias.

Há dias em que as etéreas saudades
vagueiam no meu caminho,
os pensamentos estão repletos de palavras
que se querem soltar da boca.

Há dias em que o alvorecer
não é o resplandecer do sol.

Há dias em que os elementos químicos
se manifestam em actos desconexos,
em que me apetece dizer
que estou apaixonado,
em que quero fazer versos dispersos,
falar de amor e escrever canções,
sonetos e baladas.
Soltar um sorriso cristalino,
uma lágrima de felicidade,
saber-me luz
e fazer-te brilhar.

Há dias em que pouco importa
o olhar dos outros,
porque o beijo que demos
foi o tocar da meia-noite,
porque me tomas o tempo
possuindo todos os meus sonhos
e morres presa ao meu peito.

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