A ti...meu outro Eu... Ana Fonseca




Hoje vou falar para ti.
Sim, para ti que estás desse lado e que eu quero que saibas que és bem real para mim.
Tão real como eu estar aqui, como o meu respirar, como a luz que me ilumina e alegra o olhar, tão real como este calor que me afaga o estar, tão real como todos aqueles seres que desde pequena vejo e entendo, apesar de ser das poucas que os veem, tão real como aqueles momentos em que lhes emprestei a minha matéria para que pudessem comunicar, tão real como a energia que sempre canalizei para obter cura mesmo quando não sabia que nome lhe dar, tão real como uma flor a desabrochar ou como a aragem que nos desperta o escutar.

Eu sei que nem sempre me compreendes, que te questionas como se pode ser assim, tão igual e tão diferente. Pois eu só quero que percebas que eu sou a mesma em qualquer lugar, que eu não me fantasio nem dissimulo, que eu me entrego sempre, me deixo magoar e sempre sorrir porque simplesmente aceito tudo o que a vida tem para me dar, todas as lições que tenho para vivenciar.

Sabes, vou-te confessar uma coisa…
Abençoados todos os Seres, abençoados aqueles que despertam e que procuram dissipar as brumas, abençoados os Guerreiros da Luz, as Feiticeiras, as Deusas, os Magos, os Guardiões e abençoados aqueles que escolheram nada lembrar e que nos aparecem no caminho para nos testar. Abençoados os que nos magoam pois só assim poderemos verdadeiramente dar valor à vida e escolher viver a amar. Abençoado o teu Ser!

Sabes, não é fácil recordar e conviver com a responsabilidade do que se sabe do além.
Não é fácil edificar na terra o que se vislumbra no etéreo estar e todos nós temos de errar. Essa aceitação é o verdadeiro desbloquear do acreditar. Todos temos lições únicas para vivenciar e se ainda por cá estamos é porque ainda há esperanças que as possamos interiorizar, resolver, transmutar.

Nenhum de nós é ser resolvido ou superior. Somos todos iguais em mérito, em perdão universal, somos todos diferentes na singular missão.

Cada vida, uma etapa, uma aprendizagem, uma lição. Cabe-nos subir esse degrau com mérito, distinção e se acaso falharmos a subida, temos sempre uma mão que nos ampara, uma legião de Seres de Luz que nos aconchega, que nos apoia e um Ser mais alto, paciente Pai, que tudo perdoa e espera que saibamos dar o passo que nos leva ao mais alto estar, à fusão do Ser, ao edificar e se acaso partirmos sem ter aprendido a lição, outra vida se nos abre para que possamos ir mais além.
Em cada uma delas, somos nós que determinamos, em conjunto com os seres irmãos, o que temos de vivenciar e quando cá chegamos, o facto de tudo esquecermos é a magia que nos conduz, que nos liberta e nos permite exercermos a procura, o discernimento do que nos habita cada partícula, da memória que transcende a matéria e é brilho no olhar.

Desculpa se te surpreendo, se te confundo mas, verdadeira em mim, é tempo de te dar a conhecer o que Sou, no que me edifico e eu não me protejo, não preciso. Eu sou sempre transparente, sou-me e aceito-me-te nas diferenças, nas similitudes, simplesmente.

Ana Fonsec

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