E se é a isso que chamam de felicidade
essa sensação de plenitude acabada
de quem tem tudo e não tem nada
De quem sente o peito aberto em chaga
numa ferida que não sangra mas não sara
Essa seara verde fechada nos meus olhos
nos mesmos que te vêem e te amam
esses galhos feitos ramos e dedos
e melindres e segredos
que te prendem e de onde foges
E se saudade existe...ela mora em mim
E se felicidade existe...também
Posso ser tudo o que eu quiser
a mediocridade assusta-me
sou tudo menos vulgar...
Dos meus cacos partidos
reinvento um rosto novo
um novo brilho
Não ensaio o meu acto
não tenho coreografia
Vivo um dia de cada vez
apesar de...porque...e ainda como...
São reticências sim...
dúvidas sim...
mas não me inibem...
Pelo contrário..dão-me mais força ainda
para chegar mais alto
para subir mais alto
Plenitude é aquela sensação de cheio
que a gente sente quando enche o peito de ar
e de alguma forma respira felicidade...
São Reis
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