Frêmito... Francisco Valverde Arsénio













…E as línguas adormecidas
abriram caminhos
numa expedição luxuriante.
Nós ficámos ali
como espectadores
fora dos corpos
venerando o desbravar dos segredos.

Acenderam-se palavras
na cinza morna da lava
em gestos arrojados.

Os nomes são inaudíveis,
em surdina
inicia-se
uma dança
a quatro mãos,
dois corpos
e uma multiplicidade de gestos.

Há melodias suadas,
ternuras harmoniosas,
amor derramado no branco dos lençóis.
Há uma cor incerta nas pupilas,
um crescendo frenesim retomado
e reacende-se o cosmo
noutra contagem decrescente.

E nós ali na distância
inalando
o cheiro doce da paixão.
Um suspiro,
um gemido perdido por entre os lábios,
e os corpos descansam
quando me apertas a mão…
uma, duas, três,
tantas vezes!

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