Lê-me...












Repara neste poema
inundado de orvalho
e de marés fugidias
por entre mares esfumados.

Repara nos frutos maduros
pendurados no meu verdejante olhar,
nos sussurros desenfreados
do perfume misterioso
ávido de trilhos,
na embriagada seiva
que procura poesia no teu corpo
e na encruzilhada louca dos sentidos.

Repara… há um cheiro a verde-mar
no espraiar do meu areal,
há um anel planetário,
uma via-láctea,
um cacho de algas para lá do infinito,
uma gaivota,
a vela dum navio
e um casal de golfinhos.

Há uma estrela-do-mar,
uma pedra boleada pelas ondas,
o entardecer por entre brisas
e dois corpos mareantes.

Repara nos meus olhos rasos de vento
e nas pedras murmuradoras,
elas chamam-te …
querem-te parte destes versos.

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