A pedra por lapidar... Francisco Valverde Arsénio













Emergem pedras límpidas
da nascente do meu âmago,
pedras que dançam na cascata
dos sentimentos,
gemas preciosas
que desaguam num mar de sonhos.

Nunca sei
porque me falam as árvores,
porque dançamos ao som do mar,
porque os silêncios
se vestem de passos,
ou porque as abelhas
sorvem o mel das borboletas.

Olho o movimento
duma bailarina…
as imagens transformam-se
oníricas de mim,
fico preso nos gestos
e vejo-me invertido
num grito desordenado.

Construo olhares
no labiríntico horizonte
e um vento lúgubre
circunda-me a pele,
há uma névoa colorida
com sabor a sal
que acorda as manhãs.

Tenho pedras a correr nas veias
que se transformam em palavras.

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