SINGULAR... Rosely Maria Selaro








Das tempestades porque passei salvei a força.
Das dores que me doeram ficaram os calos.
Do frio que senti compreendi o afago.
Das ofensas que recebi percebi a palavra.
Das batalhas que travei e das mortes que
engoli escolhi a vida e fui refinando,
polindo minhas carnes no esmeril.
Plantei minhas mazelas e delas nasceu m'alma.
Tão pura, tão alva! Floriu numa manhã de abril, orvalhada.
Era sim, minha alma e eu quis ofertá-la.
Não escolhi um herói, um deus!
Foste tu o escolhido! Onde estavas?
Perdeste o singular!

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