AMOR TOTAL
















Ama-me antes do fim das rosas
e da apanha das cerejas.
Ama-me nos braços que nos apressam,
antes de a madrugada se entregar ao dia,
antes que as sombras
tomem conta das paredes,
e o desejo esmoreça.
Ama-me antes que as andorinhas
rumem a sul,
antes da ceifa do trigo,
e do entardecer da aurora.
Ama-me como se fosse um poeta,
um amante em pecado,
um intervalo entre dois tempos.
Ama-me à meia-luz,
na insensatez,
na loucura hipnótica das estrofes,
na fusão íntima dos corpos,
no breu da noite.
Ama-me… tão-só.
















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