O TEU JEITO SIMPLES DE AMAR














Pediste-me um pouco de brilho
naquela noite vazia de luas cheias,
e que desenhasse um oásis
nas águas inquietas.

Pediste-me que soletrasse o teu nome
por entre os archotes silenciados
e te desse a provar
a polpa macia dum medronho.

Inquieta, abriste os braços,
encheste os pulmões
com as sombras da noite
e fizemos amor
como quem faz um poema,
recita uma área
ou acaricia as teclas de um piano.

Pediste-me apenas um momento,
simples,
como o voo dos pássaros.

És um livro, meu amor,
um diário de letras douradas
e eu afago-te os contornos
nesta noite sem lua.

Outra página se virou
na quietude dos teus braços.

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