BOM DIA!... Ana Fonseca da Luz


Bom dia!
Será que me podes limpar as lágrimas?
Eu tentei. Juro que tentei, mas não consegui secar estas lágrimas, que hoje amanheceram nos meus olhos.
Acho que choro de saudade, ou então, de um sentimento tão sublime, que ainda nenhum mortal, lhe conseguiu dar nome.
Mas para quê dar nomes aos sentimentos?
Para quê rotular sentires ou dores?
Para quê quer dar a conhecer, aos outros, aquilo que nos inunda, certos dias?
Melhor ficarmos assim, cheios de nada e de coisa nenhuma, mas cheios de nós.
Provavelmente, não me percebes…
Provavelmente, nunca me perceberás!
E também, não sei se quero que me percebas.
Não me olhes assim!
Não me peças impossíveis!
Não queiras saber de mim!
Esquece-me!
É melhor assim…
Que te posso eu dar nos dias em que nada tenho?
Que podes tu querer duma mulher que constantemente está insatisfeita?
Que constantemente não sabe quem é…
Depois esse teu silêncio…
Esse teu querer, nada querendo…
Essa sombra, (ou será luz?), que sempre paira entre nós…
Não me peças explicações!
Aceita-me como sou.
Cheia de defeitos, incompleta e inteiramente tua…
Agora deixei-te mudo!
Mas afinal de que tens tu medo?
De mim?
Da verdade?
Ou da verdade que sempre há em mim, quando desnudo a minha alma, diante de ti?
Não baixes os olhos!
Sabes como gosto de tos olhar!
Ou será que não percebes que são os teus olhos que secam os meus?
Tanta interrogação. Eu sei…
Mas também sei, que a resposta para todas as minhas interrogações, está nesse sorriso, comprometido, que deixas no ar, quando partes…
Pronto!
Já sorrio!
Continuo insatisfeita, inacabada, com esta áurea de mistério, que eu sei que te agrada.
Resumindo…
Continuo igual a mim e não pretendo mudar nada…
Bom dia!

Obrigada por me limpres as lágrimas…

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