Para a boca da mulher que eu amo... José Cardoso da Cunha Filho









Tua boca esses lábios carnudos de vermelho natural
São um convite permanente ao beijo
Tua boca insinua arrepios de toque ao mero olhar
E minha coluna se arreganha de esperas
De uma língua depravadamente louca que vá e volte
E fale a língua de todas as línguas numa só
Pororoquinhas de línguas doces e selvagens
Tua boca que deposita mel em minha boca
Faz cocegas em minha gengivas frêmitas no frisson
Tua boca com perfume de hortelã e tutti frutti
Me viaja todas as viagens todas as noites todas as manhãs
E todas as manhas que um apaixonado requer
Tua boca que chega em todos os lugares
Escondidos ou expostos meus oceanos minhas montanhas meu céu noturno de luas e estrelas dançantes
Tua boca que desvenda os labirintos de meu corpo e vez ou outra se encontra espontânea com a minha boca operaria da mesma forma trabalhando o amor
Tua boca que solta gritos e gemidos não aflitos ali contidos
Tua boca que quando não me preenche se preenche de mim
Em miados e grunhidos de satisfação vagida
Tua boca que sem começo não tem fim
Tua boca que até silente me fala de um grande e enorme amor
Tua boca...

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