Dia 34
















Sagrado é o coração da árvore, a vigília da pedra, a gravidez da amêndoa, o pulsar do rio, a timidez do bosque, o trabalho discreto da semente. Sagrado é o lenho, e a erva, o cavalo, o boi e o cão, sagrado é o sol, sagrada a casa, a noite, o dia, o círculo e a pirâmide. E sagrado é o vento e a vontade, e o branco e a esperança. Sagrados são os montes e os filhos e os sentidos e os pássaros e os humildes. É sagrada a dança e a cabeça e o azul e a primavera. Sagrados são os cornos do inverno. E as flores ama- relas. Sagrado é o desejo que humedece o corpo. Sagrada é a distância. E a memória. Sagrados são os lábios, o cérebro e as mãos. E os astros, e a espuma e a teimosia dos metais. E é sagrada a arte e o amor e a claridade. E o centro do homem. E a voz da terra. E o equilíbrio dos instintos. E o mistério dos mortos e dos vivos. E as razões do amor. Sagrada é a forma e a beleza e a luz e o fogo dos teus olhos.

In Ano Comum

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