Agridoce... Ana Fonseca da Luz


Ditosa é a tua boca, de onde te escorre esse mel.
Ternos são os teus olhos, de linho verde, bordados,
e onde o meu coração fez seu ninho.
Se eu soubesse que os teus braços eram asas
E que o tempo seria nosso inimigo,
Jamais te teria aberto a janela, para que voasses.
É por isso que te digo, que a minha porta ainda está encostada,
Para que possas voltar, cansado
E eu me possa afogar, na doçura do teu regresso...
Mas não te demores muito!
Posso cansar-me de te esperar.
E fechar a minha porta para sempre...

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