São tantas as lágrimas
Que secam
Antes de aflorar o rosto
Tantos os rios
Que não correm até à foz
Não acredito
Que seja coragem
O impedi-las de galgar a margem
Um coração
Empedernido pela dor
É carvão
Que se esqueceu
Que pode ser diamante
É grito que secou
Esvaio-me
No sangue que alimenta
Dilacera
Esvaio-me e queria
Fazê-lo água
Para me ser
Caudal transparente
E poder correr
Liberta
Entre as tuas paragens
Esvaio-me em claridade
E sou corrente translúcida
Que te ampara
E sulca o rosto
Quando te perdes
Sem morada
Esvaio-me
E sou sangue e sou água
Já não há sulcos nem há margens…
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