Nudez... Ana Fonseca

Dispo-me.
Deixo que o frio exterior
me aqueça a pele.
Na minha morada
há um coração pulsante de Amor,
um coração que grita,
que urge,
que quer saciar a dor de calor.

Dispo-me…
Pétala a pétala
cai a caliça que protege
o muro por mim erigido.
Já não há artesãos como antigamente.
Ainda bem.
Ainda há esperança para um
coração ardente.

Dispo-me.
Retiro pele, carne, ossos…
retiro toda a matéria
que me tolhe,
todo o querer,todo o fazer por me ser e
quando vazia de tudo…

Visto-me…
Da minha Luz e entrego-me à vida,
feliz!
Sou-me-te, enfim...
tranquila.

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