Na dúvida da certeza... Francisco Valverde Arsénio
Cheio de interrogações
rasguei os dedos,
abri a pele
e fiquei de carne viva.
Pousou em mim um olhar insano
que turvou a minha lucidez.
Uma alma em pontas,
vestida de cores pálidas,
fez-me esquecer a cor das cerejas,
encharquei os olhos
com a seiva das urzes
e romperam auroras
purgadas de silêncios.
Rasguei papéis cansados
onde as palavras gargalhavam de mim,
despojei-me de fantasias
que moravam no meu corpo
e olhei novamente os dedos rasgados.
Retirei as horas
carregadas de esperas.
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