Uma voz... Ana Fonseca
Uma singular voz
Perdida nos fios do esquecimento
Chega a ti para teu doce tormento
Cerras os ouvidos
Ao canto que te sombreia
Que te enche os olhos de pranto
Teu oxigénio viciante
Teu viver esquecido a um canto
Quer-te livre, desperto
Quer-te só, liberto
Da dilacerante quimera
Onde te perdeste sem rumo
Nem canto
E essa voz
Abre-te o dilacerado coração
E semeia
Para teu enorme espanto
Semente de Amor
A esquecer a dor
A mitigar a nostalgia
Que foi o tecido
com que te vestiste
na escura noite fria
Agora
Que finalmente ouviste
És folha a despontar no ramo
És copa a proteger-te do engano
És emoção que jorra livre
Na seiva do renascido peito.
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