Urgência de ti... Francisco Valverde Arsénio
Espero-te na soleira da minha voz,
na pedra gasta
dos teus passos ausentes,
na gota suspensa no beiral.
Espero-te no pretérito imperfeito,
no ranger das sombras,
na aragem modelada
pelas madrugadas,
nas escarpas desnudadas,
no instante que tarda,
no rio que não sossega.
Espero-te no desejo que se esvai,
na densidade do fogo dos lábios,
no aveludado escarlate da poeira estelar
e nas paredes translúcidas dos meus olhos.
Espero-te no início da estrada
em que partiste,
e no peito que bate a descompasso.
Espero-te na torção da luz,
nos filamentos sombrios da escuridão,
nos ruídos calados das mãos,
e no olhar golpeado pelo horizonte.
Espero-te… não tardes.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário