Chuva/Primavera... Agostinho Borges de Carvalho










Fechei-me com meus fantasmas num
quarto escuro....
achava que assim eliminava
o sofrer
deste padecer
em tédio e
no quotidiano,
sem escala nem meridiano....
mas bati na parede,bati,
ninguem me ouvia
e a chuva
caia....
Vou libertar-me,pensei,
subirei e
partirei a
janela....
e terei tela
para pintar
esta evasão
do coração....
mas com o murmurar
do luar ,
o tédio vadio,
já desaparecido,
a minha realidade
e a responsabilidade
de efabular
e amar o poema,
aninhou-se neste
sonho ,que
começou com
luz-afecto e
terminou com
poder-amor e
dor....
no sonho percorremos
os labirintos do
coração em
margens de
sedução...
despertei....
A luz do dia,
no murmurar tépido
do mar
fez minhas ideias
crepitar....
FEz-se luz...Fez-se em mim amor à
vida de ti....
No mercado os vendedores narram seu labor
e amor
à terra...
produtos frescos e
olhares travessos de
pessoas....
Consumimos a natureza e
os produtos comprados
não são prazeres
afugentados,
são apetites
aformoseados....
Da terra nasce o pão e nela
se cava à mão o
humus de
humanidade e
responsabilidade....
Ela traz-nos o
cantar dos pássaros,
lamentos e
linguajar de mil destrezas ,
e o pensar
sermos felizes com
cores de azul,verde....girassóis,
lençois,
de água,
arroz....natureza sentida
emoção da
estação da
primavera...
assim me libertei,
transferido o poema
para a liberdade da
vida e da terra...
Somos universais e frutos
nesta terra amada,
sentimos olhares cúmplices
com musica de
jazz e de Kenny G....
Não te vamos perder....
se nossa paixão é ser
-razão desta festa de
palavras,deste
melodioso
entoar
e cantar
teu fulgor em mim....
Amar a terra em ti é amar
felicidade em nós.....

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