O sabor do azul...












Há um labirinto azul
que Ilude e enlaça
o lastro do tempo denso;
uma silhueta-alma,
e um céu-terra
fixos aos olhos que se fingem mar.

Há janelas de persianas nuas
que escondem as árvores
e os barcos que navegam à vela.

Há um tempo
que dissolve a chuva
da mesma forma
que os vagabundos
sonham em tons de azul.

Há ruas procurando um lugar
na plateia da noite
e um embriagar de silêncios alísios.

Há um quadro sem símbolos,
vazio de palavras,
um lugar que estrangula o horizonte,
um afago leve no teu rosto
e uma noite desacordada.

Há estilhaços de amor
distribuídos simetricamente pela pele
e um futuro em forma de presente.

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